Herman José Herman José - Canção do Beijinho

Ai rapariga, rapariga, rapariga
Que só dizes disparates, disparates, disparates
É tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira
Que p'ra tirar tanta asneira não chegam cem alicates

Mas tu não sabes, tu não sabes, tu não sabes
Que isso de dar um beijinho já é um costume antigo
Oh quem te disse, quem te disse, quem te disse
Que lá por dares um beijinho tinhas de casar comigo

Oh chega cá
Não vou
Tu és tão linda
Pois sou
Dá-me um beijinho
Não dou

Interesseira, convencida, ignorante
Foragida, sua burra
És a miúda mais palerma, cameloide que eu já vi
Mas por que raio é que tu queres
Os beijinhos só p'ra ti?

Ora dá cá um e a seguir dá outro
Depois dá mais um que só dois é pouco
Ai eu gosto tanto e é tão docinho
E no entretanto dá mais um beijinho (bis)

Ai rapariga, rapariga, rapariga
Dás-me cabo do miolo, p'ra te levar com cantigas
Ai mas que coisa, mas que coisa, mas que coisa
Diz lá por que não és como as outras raparigas

Quando eu pergunto se elas me dão um beijinho
Dão-me tantos, tantos, tantos, que parecem não ter fim
E tu agora estás com tanta esquisitice
Que qualquer dia já queres e não sabes mais de mim

Dás ou não dás?
Não e não
Então dou eu
Oh! Isso não
Dá-me um beijinho
Não dou não

Não dás porquê, sua esganada, egoísta
Malcriada, sua parva
Só se pensas que eu acaso tenho
A barba mal cortada
E vê lá se tens receio que a boca fique arranhada

Ora dá cá um e a seguir dá outro
Depois dá mais um que só dois é pouco
Ai eu gosto tanto e é tão docinho
E no entretanto dá mais um beijinho (bis)

Então dá lá
Já disse
Eu faço força
Que parvoíce
Dá-me um beijinho
Oh que chatice

Analfabruta, pestilenta, hipocondríaca
Avarenta, bexigosa
Vou comprar um dicionário
Que só tenha nomes feios
Para eu te chamar todos
Até teres o ouvido cheio

Ora dá cá um e a seguir dá outro
Depois dá mais um que só dois é pouco
Ai eu gosto tanto e é tão docinho
E no entretanto dá mais um beijinho